Pular para o conteúdo principal

O pocotó de Liev Tolstói - O que achei de KHOLSTOMÉR

Como está na minha descrição agora sou uma estudante de Letras e literatura é o que eu engulo todos os dias!
Ontem, conversando com uma colega dividi minha angústia sobre ainda ter dificuldade com a poesia e as prosas muito enfeitadas que nossos geniais autores adoram fazer, mas que ainda me assustam e muito. Ela me disse que eu vou ganhar instrumentos para conseguir analisar um texto desse, as técnicas eu vou aprender. Papo vai papo vem eu disse que preferia a prosa, e ela disse que o que o meu gosto pessoal será majoritariamente ignorado na faculdade de Letras e o que vai importar será minha análise técnica sobre o texto, analisando ritmo, construção, tema, tempo histórico e vários outros detalhes que sinceramente achei que nem faziam diferença até entrar na faculdade.
Eu que sempre gostei de expressar minha opinião sobre assuntos que conheço, fiquei um pouco chateada, pois a Graduação em Letras nesse pouco tempo já me abriu tantos horizontes e agora que vai começar a apresentar textos, eu não posso dar minha opinião?? Nananinanão!
Vou me aproveitar do espaço internet e desse blog para expressar minha opinião até mesmo de clássicos. Hoje por exemplo vamos falar de TOLSTÓI, mais precisamente do conto Kholstomér.
Tolstói é um escritor russo, e os russos sempre me assustaram, não os russos em si mas os escritores, pois achava que a escrita seria muito complicada e erudita e que eu nem tinha vocabulário para ler. E graças a Deus eu dei com a cara na parede. E AMEI o primeiro conto que li dele.
"Kholstomér" conta a história de um cavalo, na maior parte do tempo do ponto de vista de um cavalo, das relações entre os cavalos (olha que legal), e fala das relações humanas de um ponto de vista mais "inocente", na verdade um ponto de vista de fora que não está inserido na realidade tão humana que é tão inerente que nem se faz perceber e até é difícil identificar do nosso ponto de vista humano.

Como lidamos com ter as coisas, e até mesmo ter pessoas.
Não vou falar muito mais do que isso mas quero deixar alguns trechos que me chamaram a atenção e espero que só dessas partes já desperte a curiosidade de ler esse conto, que a versão digital está sendo vendido na Saraiva por R$8,00

"Convencionaram entre si que, para cada coisa, apenas um deles diria "meu". E aquele que diz "meu" para o maior número de coisas é considerado o mais feliz, segundo esse jogo. Para quê isso, não sei, mas é assim. Antes eu ficava horas a fio procurando alguma vantagem imediata nisso, mas não dei com nada."

"..., o conceito de "meu" não tem nenhum outro fundamento senão o instinto vil e animalesco dos homens, que eles chamam de sentimento ou direito de propriedade."

"As pessoas não aspiram a fazer na vida o que consideram bom, mas a chamar de "minhas" o maior número de coisas"

Fica aí a dica, de que como eu, se você tem medo desses autores, enfrente! E se ainda não leu leia, vai abrir seus horizontes e te fazer pensar, e isso sempre é bom, é o objetivo principal da literatura-arte.

Um beijo pra vocês e até a próxima!

Comentários

  1. Olá, Dayane! Talvez porque eu esteja sendo nos últimos tempos um leitor preguiçoso, faço apenas algumas releituras do que mais despertou minha admiração quando o assunto é literatura. Sou um antigo desertor das Letras. Mas buscando por romances e contos inesquecíveis lidos outrora, me deparei com este seu blog justamente devido à Kholstomér. O meu insignificante depoimento é de que este foi um dos textos mais belos, tristes (e por conseguinte, comovente) que li. Li poucas obras de Tolstoi, mas o suficiente para elegê-lo o número 1. Desejo que você se realiza nesta empreitada. Abraço! Att Ari Reuter

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Lídia e Marcenda: Os dois amores em O ano da morte de Ricardo Reis

Escrito por Dayane Soares Cavalcante O presente trabalho vem destacar as personagens femininas no romance  O ano da morte de Ricardo Reis,  de  José Saramago,  suas relações com o protagonista, suas personalidades completamente opostas  e perceber como essas representações do feminino contribuem  para a trama que destaca os últimos meses do ano da vida de Ricardo Reis. O ano da morte de Ricardo Reis  é um romance de José Saramago lançado em 1984 que se propõe a ficcionalizar um dos heterônimos de Fernando Pessoa. O escritor  modernista  teve vários heterônimos com perfis literários diferentes como: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, além do próprio Ricardo Reis; esses, que se destacam entre os mais famosos, tinham uma biografia criada pelo próprio Pessoa para cada um deles. Após a morte do próprio Pessoa, em 1935, seu heterônimo permanece vivo no romance de Saramago. Ele se propõe a contar os últimos meses da vida do, que se passaria...

Inspirações MEU CASAMENTO - Bolo de casamento

Olá pessoas, hoje é mais um post da série meu casamento, e hoje vou falar de bolo, que um dos assuntos que eu tenho mais certeza do visual que eu quero, então vão ser poucas fotos, nem pesquisei mais, coloquei as que eu já tinha no meu computador. Já disse mil vezes aqui no blog as cores que eu vou usar no meu casamento, e branco e preto são minha vida, então não poderia ser diferente, eu só não sei muito o 'modelo' do bolo, mas fica aqui a ideia que eu tenho pro meu bolo. Esse último aqui embaixo, foge bem dos padrões dos de cima né, mas é só porque achei impressionante e quis compartilhar!! É isso meninas, espero que tenham gostado, comentem, curtam a página do blog no facebook, e fique ligada das novidades do blog!! Beijos e voltem sempre!!

As vozes que levantam do chão pós salazarismo

A literatura portuguesa produzida após período da ditadura em Portugal, ou seja, pós-Revolução dos Cravos em 1974, muitas vezes traz traços que remontam esse passado próximo em sua produção. Utiliza-se do fato histórico como fomento de uma expressão literária que foi censurada e que volta a ter voz. O holofote agora é dado a discursos que ficaram silenciados durante a ditadura. Levando-se em conta o ensaio “Na crise do histórico, a aura da História” de Teresa Cristina Cerdeira, no livro  O Avesso do Bordado  em que discute-se a diferença dos discursos da ficção e da história, a professora destaca o fato de que a escolha do que entrará para a História com “h” maiúsculo e o que ficará de fora, se torna uma espécie de ficção. A escolha de como narrar o fato por um ponto de vista que até então, era considerado imparcial é questionado. Assim o discurso da História – ele próprio que, durante tanto tempo, pretendeu reservar para si a prerrogativa da verdade, porque assent...