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Dreaming - Onde começa a realidade?

Parte 2 

26 de fevereiro, sábado, 08:54

Depois de uma noite conturbada de sono, finalmente Angeline acordou de um mundo que ela pensava controlar. Tirar a imagem daquele homem de sua cabeça parecia mais uma missão impossível, a boca bem desenhada se aproximando e logo em seguida a dor lancinante que atingiu o seu corpo. Era tão real e ela não sabia como.
A dor realmente existia, acordara aquela noite gritando e se retorcendo suada nos lençóis já molhados. A casa vazia fazia com que seus gritos ecoassem fantasmagoricamente. Ainda era de noite e voltar a dormir era uma prova de fogo e levantar também, tinha medo, as sombras daquela noite a assustavam “Foi só um sonho!” tentava se convencer inutilmente. Passou a noite de olhos fechados em baixo das cobertas sem dormir e sem levantar, esperou até realmente ter coragem pra sair pela casa sozinha. Ás oito e cinquenta e quatro da manhã a coragem veio e ela começou a se levantar devagar atenta a qualquer barulho ou a qualquer dor que aparecesse. Nada. Só a sua respiração ofegante. Ao chegar ao banheiro e se encarar no espelho por alguns momentos, ela sentiu a necessidade de verificar se o ferimento existia realmente ou não. Mas, como era de se esperar nada marcava o seu corpo. Angeline ainda não estava calma e tentava raciocinar o porque desse sonho, ela não podia desejar outro homem, ainda mais um homem que jamais vira na vida. Amava Marco, e era a única certeza que ela tinha de sua vida até agora, que ele era sem duvida nenhuma o homem que ela realmente amava e desejava.
Depois de fazer o seu ritual matinal, estava pronta para começar o dia, já quase varrera aquela imagem da sua mente. Ainda tomando um pouco de café ela foi até o computador conferir o seu email, quando a campainha tocou.”Quem será tão cedo ?”. Pensou ela.

E a alguns milhares de quilômetros dali em frente ao seu netbook. Alejandro tentava entender, porque amava e odiava tanto um ser, que ele nem mesmo conhecia, sonhou com ela essa mesma noite.

26 de fevereiro, Sábado, 09:45
Ding Dong. Angeline descia correndo, era a terceira vez que a campainha tocava. Olhou pelo olho mágico e viu o príncipe.
Marco sorria abriu a porta pulando diretamente em seus braços

        Oi! Calma!
  • Ai! Adoro quando você vem aqui.
  • Posso entrar?
  • Lógico!
  • Então deixa eu passar! – disse ele dando o sorriso mais confortador do mundo, o mundo de Angeline naquele momento era Marco.
  • Vim aqui, para te fazer uma proposta.
  • Hum...Pode mandar.
  • Vem jantar comigo hoje no Hotel Grand Pasíon?
  • Quê? Como assim esse hotel é o mais caro da cidade, mas... Sério?
  • Lógico! E aí?
  • Claro que eu aceito!
  • Então, venho te buscar as 19:00, ok, e por favor esteja pronta, porque a reserva do restaurante não espera.
  • Sim, senhor!
  • Então, tchau. - Um selinho.
  • Que isso ?
  • O quê?
  • Que beijo mais sem graça! Beijo de verdade é assim! - Agarrou ele pelo pescoço aproximando ele do seu corpo. A velocidade e a intensidade daquele beijo aumentavam rapidamente, até eles começarem a suar e ofegar.
  • Opa, vamos parar por aqui mocinha! Não vamos comer a sobremesa antes do jantar! - Ela riu sem entender a piada de deixou ele ir, olhou até ele sumir na esquina.
Não vamos comer a sobremesa antes do jantar”, mas que a piada mas sem graça... ela só faz sentido se significar uma coisa... era isso. chegou a hora, finalmente.

Precisava falar com a Aline. Aline era sua melhor amiga de toda a vida a cerca de quatro anos, e saber que talvez Angeline fosse perder a virgindade teria que ser notícia extraordinária para ela, em primeira mão!
  • Alô! Quem liga para mim ?
  • Você tem visor no celular e tenho certeza que meu nome e foto apareceram.
  • Alô! Quem liga para mim e é tão rude que não diz o nome ?
  • Ah! Por favor Aline, vai ficar mesmo fazendo isso!?
  • Alô! Quem liga para mim e é tão rude que não diz o nome, e insiste em fazer perguntas retóricas?
  • Angeline, sua única e melhor amiga, porque eu sou a única que aguento essas brincadeiras sem graça.
  • Agora sim! Oi Angel? Quê?
  • Estou bem não precisa perguntar!
  • Não preciso perguntar se você está bem vou saber pelo que você vai me falar.
  •  Bom, então me de seu diagnóstico. Eu e Marco vamos jantar hoje no Hotel Grand Pasíon , e quando hoje estávamos nos beijando, e as coisas esquentaram um pouco ele disse assim “Não vamos comer a sobremesa antes do jantar”. E aí?
  • Caraca! Vocês vão foder hoje!!
  • Que isso Aline! Vamos fazer amor!
  • Bom fazer amor eu não sei, mas foder vocês vão.
  • Sendo isso ou não, temos que fazer...
  • ...COMPRAS!
  • Eu te encontro aí ou você passa aqui ?
  • Te vejo em frente ao shopping, Tchau! - bip, bip, bip.
  • ...Ok, até lá.
Angeline se arrumou confortável e já tinha a meta de tempo que tinha que demorar e o que tinha que fazer e comprar. Vestido, lingerie, fazer depilação, escova e chegar em casa e se arrumar, isso tudo em 6 horas. Prova de fogo.

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