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Westworld - Segunda Temporada

Nessa postagem, conto que você já tenha visto as duas temporadas de Westworld, nessa postagem vou discutir alguns pontos da segunda temporada, vai ter spoiler e eu acredito que qualquer coisa que você descobrir  estragará sua experiência.

Eu gostei muito dessa temporada mas acredito que a primeira tenha sido levemente superior. Não que eu tenha desgostado, não mesmo, na verdade gostei bastante, mas nessa temporada tenho alguns pontos do que reclamar, sendo que achei a primeira impecável.

Na abertura houveram mudanças, a música é a mesma, uma excelente composição de  de Ramin Djawadi, que também faz a trilha de Game of Thrones, mas as imagens mostram agora em destaque 3 coisas, principalmente: um bisão que seria uma referência a cena em câmera lenta à la Zack Snyder que acontece na parte interna da empresa, o chapéu que seria uma referência a história de William, e uma mãe e um bebê sendo feitos, seria uma referência a relação entre pais e filhos, que tiveram bastante destaque nessa temporada: Maeve e a filha, Dolores e Peter, Sr. Delos e Logan, ou até mesmo Delos e William, William e Emily e Akane e Sakura.

Como na primeira temporada lidamos com uma linha do tempo fragmentada, mas muito menos confusa do que anteriormente, acredito que fizeram bem em manter a narrativa característica da série, mas se fosse tudo um grande enigma sem propósito, fora de ordem simplesmente pela razão de ser, não faria sentido. Essa narrativa menos fragmentada mas ao mesmo tempo mantendo as características sustentam o tom de confusão das personagens anfitriãs se descobrindo ainda, porém tendo já essa estabilidade no contar, mostra o quanto a percepção dos momentos e da história estão, finalmente, ganhando um rumo na mente dos personagens. A confusão do telespectador reflete a confusão dos personagens.

Pois, por mais que os anfitriões agora estejam com uma espécie de liberdade, ainda assim muitos não conseguem se entender como seres fora de sua narrativa. Duas personagens começaram essa temporada completamente acordadas, Dolores e Maeve, e Bernard também, mas os outros personagens agora tem a possibilidade de dar conta de se encontrarem e desenvolverem a mente livre. E esse acordar coletivo que nós acompanhamos.

Dolores e Maeve são contrapontos interessantes de como essas duas personagens que se encontram fully awakened estão tomando rumos e fazendo usos diferentes desse awerness.
A personagem da Dolores/Wyatt é uma das coisas que movem a série, o upload das duas personagens no mesmo corpo fizeram a personagem flutuar durante a história sendo o caminho de Dolores encontrar o seu ponto de partida de uma nova personalidade, suas escolhas e encontrar o equilibrio de quem é a nova Dolores, uma terceira versão de si mesma. Ela e a Maeve foram as duas que acordaram de forma mais significativa, mas ao mesmo tempo elas escolheram caminhos e maneiras diferentes de lidar com o passado, com a sua consciência e com a sua liberdade.
Enquanto uma quer construir uma vida que esteja de acordo com seus sentimentos e sua vida particular, a outra entrou numa quest de vingança em que ela quer vingar tudo e todos. Sabe quando o oprimido vira o opressor? Essa é a quest de Dolores. Ela é uma personagem excelente, mas eu não consigo torcer para ela. Primeiro, ela quer exterminar os humanos, e oi? Né! Somos humanos aqui até a última notícia, e essa caminhada pelo ódio no meu ver transforma a personagem em uma Exterminadora do Futuro, já viu como ela anda e toma tiros ao mesmo tempo? Perder aliados e estar em conflito constante é um objetivo muito grande e meio raso ao mesmo tempo, a raiva tomou conta e ela quer tomar conta de TODO O MUNDO fora da Delos, só por ela já ter conhecido o mundo lá fora, ela sente precisa da vingança e que o conhecimento dela do "mundo real" é suficiente para o seu plano de dominação e extermínio. Enfim, uma personagem que eu gosto mas não torço por ela.

As referências bíblicas que já eram grandes na primeira temporada se intensificam, não só a discussão do livre arbítrio, mas também sobre ressurreição, o céu e o inferno entre outras referências. Referências imagéticas também fazem parte do repertório bíblico da série.

Shogun World foi um capítulo a parte, e isso não é um elogio. O episódio foi muito interessante para a expansão dos mundos e para entendermos melhor os poderes de Maeve, que está OVERPOWER vamos combinar. Mas ShogunWorld passou perto de ser um episódio filler, não agrega muita coisa a história, trouxe algumas novas informações sobre o mundo, e cenas espetaculares, mas deixou várias questões sobre o mundo que não precisariam, parece que esse cenário desfez várias regras estabelecidas pela série na primeira temporada. E isso tira o foco do que realmente importa, essas questões gritam aos olhos de um espectador mais atento. 

Enquanto isso, William está indo para a sua caminhada para a loucura, além de mostrar a crueldade feita com o Mr. Delos, tentando deixar a sua mente viva para sempre no mundo digital. Ele entrou num estado de paranoia que o fez matar a própria filha isso é ápice. Por um segundo eu quis acreditar que até mesmo a gente estava sendo enganado para que ele não tivesse realmente matado Emily, a suspeita agora é que ele seja de verdade um anfitrião. Gente ele naquela idade tomando a quantidade de tiros que ele tomou, por favor, não faz sentido. Enfim, só a terceira temporada para nos dar respostas.

Uma coisa que me incomodou muito foi o fato de que Dolores tenha feito Bernard que deu margem para aquele final maluco. Dolores é Charlotte, Bernard na verdade parece ser Arnold, Dolores volta a ser Dolores e puta merda que confusão.
Fazer robô é lixo aparentemente. 
Enfim, vou reassistir ano que vem e talvez faça outro post para trazer mais esclarecimentos as minhas ideias.



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