Pular para o conteúdo principal

Ser magra ou ser feliz?

O título provoca, eu sei, mas essa dúvida é mais minha do que algo para ser questionado pelos outros.
Todas as vezes que eu me olho no espelho e vejo o que não gosto em mim, ou olho para o que eu não odeio, mas que na minha cabeça pode ser ruim aos olhos do outro e o que faz o outro não se atrair por mim, fico buscando motivos em mim para entender o que me faz indesejável aos olhos masculinos, principalmente, mas muitas vezes eu me fecho e penso que não deveria pensar nisso e muitas vezes eu não ligo, de verdade, aprendi a conviver com isso.
Com o fato de que nem eu me pegaria.
Quando fiquei magra no meu peso mais baixo, que ainda não era o a marca que eu buscava, percebia que emagrecer me deixou feliz em umas coisas, outras apenas não mudaram e, principalmente, deixar de comer as coisas que eu gosto me deixavam muito chateada.
Eu fico muito feliz comendo, tenho prazer em comer, mas muitas vezes, ou até na maioria das vezes, a comida está relacionada a culpa.
Eu voltei a engordar bastante, sigo um estilo de vida que eu gosto mais, não gosto do meu corpo, mas ao mesmo tempo não tenho mais a vontade de emagrecer e me esforçar por aquele corpo, eu vi que nada mudou.
O que está errado é mais o jeito que eu me olho do que o jeito que eu estou.
Quando eu passei pelo processo de emagrecimento, eu notei algo fascinante. E tem relatos disso aqui no blog. Eu tomei as rédeas da minha vida, e isso me fez conquistar objetivos, isso é algo que me deixou muito fascinada na época, eu entendi que as rédeas são minhas, a vida só vai mudar quando eu me esforçar o suficiente para mudar.
Porém, muitas das coisas que eu quero não dependem de mim, então, eu vi que apesar de ter mudado uma coisa muito importante da minha vida, ainda não consegui as coisas mais importantes do que essa, e que o esforço, não valia para que eu continuasse com tudo aquilo, eu ainda não gostava de mim, ninguém ficava atraído por mim, e eu pensei então, que se eu não vou gostar de mim nem magra, então vou comer o que eu quiser, pelo menos isso me deixa mais alegrinha.
Eu sei que estou mais uma vez no quadro de sobrepeso com uma porcentagem de gordura corporal alarmante, mas eu não tenho vontade de fazer nada para mudar isso.
Toda vez que estou no ponto de comer algo que engorda, eu paro e penso "Ser magra ou ser feliz?" 
Ser feliz, com culpa, tem sido minha escolha.

A minha auto imagem não melhorou, longe disso, eu só e acostumei a não me gostar, pois a vida inteira foi assim, e quando eu percebo isso, vejo que é triste eu sei, mas mais uma vez eu me acostumei a ser triste.
No comparativo com outras pessoas eu sempre vou perder, então eu vou comer. Com licença.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lídia e Marcenda: Os dois amores em O ano da morte de Ricardo Reis

Escrito por Dayane Soares Cavalcante O presente trabalho vem destacar as personagens femininas no romance  O ano da morte de Ricardo Reis,  de  José Saramago,  suas relações com o protagonista, suas personalidades completamente opostas  e perceber como essas representações do feminino contribuem  para a trama que destaca os últimos meses do ano da vida de Ricardo Reis. O ano da morte de Ricardo Reis  é um romance de José Saramago lançado em 1984 que se propõe a ficcionalizar um dos heterônimos de Fernando Pessoa. O escritor  modernista  teve vários heterônimos com perfis literários diferentes como: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, além do próprio Ricardo Reis; esses, que se destacam entre os mais famosos, tinham uma biografia criada pelo próprio Pessoa para cada um deles. Após a morte do próprio Pessoa, em 1935, seu heterônimo permanece vivo no romance de Saramago. Ele se propõe a contar os últimos meses da vida do, que se passaria...

Inspirações MEU CASAMENTO - Bolo de casamento

Olá pessoas, hoje é mais um post da série meu casamento, e hoje vou falar de bolo, que um dos assuntos que eu tenho mais certeza do visual que eu quero, então vão ser poucas fotos, nem pesquisei mais, coloquei as que eu já tinha no meu computador. Já disse mil vezes aqui no blog as cores que eu vou usar no meu casamento, e branco e preto são minha vida, então não poderia ser diferente, eu só não sei muito o 'modelo' do bolo, mas fica aqui a ideia que eu tenho pro meu bolo. Esse último aqui embaixo, foge bem dos padrões dos de cima né, mas é só porque achei impressionante e quis compartilhar!! É isso meninas, espero que tenham gostado, comentem, curtam a página do blog no facebook, e fique ligada das novidades do blog!! Beijos e voltem sempre!!

As vozes que levantam do chão pós salazarismo

A literatura portuguesa produzida após período da ditadura em Portugal, ou seja, pós-Revolução dos Cravos em 1974, muitas vezes traz traços que remontam esse passado próximo em sua produção. Utiliza-se do fato histórico como fomento de uma expressão literária que foi censurada e que volta a ter voz. O holofote agora é dado a discursos que ficaram silenciados durante a ditadura. Levando-se em conta o ensaio “Na crise do histórico, a aura da História” de Teresa Cristina Cerdeira, no livro  O Avesso do Bordado  em que discute-se a diferença dos discursos da ficção e da história, a professora destaca o fato de que a escolha do que entrará para a História com “h” maiúsculo e o que ficará de fora, se torna uma espécie de ficção. A escolha de como narrar o fato por um ponto de vista que até então, era considerado imparcial é questionado. Assim o discurso da História – ele próprio que, durante tanto tempo, pretendeu reservar para si a prerrogativa da verdade, porque assent...